Conheci Ramón Cáceres no vernissage da exposição individual que ele realizou no Espaço 1030 Galeria de Arte, na Avenida Cidade Jardim, São Paulo, em 1987. A mostra, denominada “Construtivismo de Ramón Cáceres”, era a terceira exposição solo de sua trajetória artística e se seguia a duas outras, também, realizadas em São Paulo: a primeira, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1984, e a segunda, na Galeria Selection, do marchand Arcangelo Francavilla, em 1985.

 

O mercado de arte brasileiro vivia um período virtuoso e Ramón era então uma das maiores revelações da arte construtiva em São Paulo. O catálogo da mostra iniciava-se por um texto assinado pelo crítico mais entusiasta dessa tendência artística entre nós, Theon Spanudis. A galeria, de bom ta manho, tornou-se pequena para acolher o grande número de pessoas que compareceram à abertura da mostra. Uma dessas pessoas era este que escreve o prefácio. Três outras, eram Enock Sacramento, Ladi Biezus e Theon Spanudis, coautores deste livro. Todos os trabalhos expostos foram vendidos naquela noite. Um deles foi para a minha casa.

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Nossa relação profissional e de amizade só cresceu com o tempo. Convivemos com um profissional competente e dedicado a seu trabalho criativo, e com uma figura humana de excepcional qualidade. Ramón continua sempre o mesmo, um homem de atitudes elegantes, hu manistas, um “nobre”, razão porque, às vezes, o chamamos de Dom Ramón. Ele não encara a arte como uma profissão, mas como um destino, assim como queria Kandinsky. A arte é tudo para ele.

 

Nos últimos anos, dois de nossos melhores amigos, pessoas importantes do sistema de arte em São Paulo e no Brasil, também se aproximaram, de forma especial, da arte de Ramón Cáceres: o advogado e colecionador de arte Antônio Sérgio de Moraes Pitombo e o empresário de arte Carlos Eduardo Soares Rodrigues. Sem a participação e o entusiasmo deles, não conseguiríamos editar este belo livro, “Ramón Cáceres”, tributo a toda uma vida de trabalho dedicado à arte​